A Falta de Água

•abril 4, 2009 • 1 Comentário


Não existe vida sem água

A vida, como nós a conhecemos, não existe sem água. Todos os organismos contêm água, que aparece como o constituinte químico mais abundante na célula, participando diretamente dos principais processos vitais. É so lembrar que na fotossíntese, processo básico da vida, o gás carbônico e a água são usados para a síntese de glicose, o principal alimento energético da célula.

A quantidade de água disponível

Uma das questões mais preocupantes para o mundo, na atualidade, é a quantidade de água disponível tanto para a vida humana, quanto para a economia. Tal preocupação, aparentemente contraditória, é real quando comparamos as quantidades de água existente e disponível. A contradição reside no fato de que 70% da superfície da Terra é coberta por água, atingindo um volume de 1,5 milhões de km2. Mas é preciso lembrar que 98% dessa água é salgada e imprópria para o uso, a menos que seja dessalinizada, processo oneroso demais para suprir grandes populações. Dos restantes 2% de água doce, boa parte aparece retida, na forma de gelo, em calotas polares ou então na forma de águas subterrâneas. Conclusão: apenas cerca de 0,44% da água do planeta Terra aparece em disponibilidade para os seres vivos.

A Falta de Água

O ciclo da água

Entre a atmosfera e a Terra, a água realiza, há milhões de anos, um trajeto conhecido como ciclo da água que pode ser dividido em curto e longo. No primeiro, a água existente na atmosfera ou neve. Com a precipitação a água pode cair diretamente no oceano ou cair na Terra e atingir o oceano através de rios e lençóis freáticos. Durante essas etapas parte da água é evaporada para a atmosfera e condensada na forma de nuvens, repetindo o ciclo. No ciclo longo, também conhecido como ciclo biogeoquímico, entre a atmosfera e a terra interpõem-se os seres vivos, obtendo e eliminando água. As plantas retiram água do solo, absorvendo-a através das raízes, enquanto que a maioria dos animais a ingere. Uma parte da água absorvida ou ingerida é incorporada à estrutura desses organismos e volta ao meio ambiente quando eles sofrem a decomposição.

Plantas e animais terrestres, continuamente, perdem água para a atmosfera: as plantas, através da transpiração, exercida principalmente pelas folhas; os animais, através da pele e pelos sistemas digestivo, respiratório e urinário.

Assim, toda a água incorporada por um ser vivo acaba voltando para a atmosfera.

A crise da água

O crescimento desordenado das cidades gera dois graves problemas: poluição e consumo. A poluição é determinada pelo lançamento e acúmulo, nas águas, de esgotos domésticos e despejos industriais. Uma vez poluída, a água não pode ser consumida, afetando a saúde humana, bem como as outras formas de vida. É evidente que a poluição hídrica é intensificada com o aumento da pobreza. Sabemos que em regiões pobres, normalmente situadas na periferia das grandes cidades, os esgotos sanitários e o lixo doméstico, sem qualquer tratamento, são diretamente lançados em águas. Estudos feitos pela UNESCO mostram que, desde o começo do século, o consumo d’água aumenta numa proporção de duas vezes o crescimento populacional.

A previsão é de que, nos próximos 50 anos, o consumo de água deverá superar a quantidade disponível para o uso.

Como prevenir a crise da água?

Existem inúmeras medidas que, se forem tomadas, reduzirão em muito o consumo de água; entre as principais podemos citar:

  1. economizar água evitando o desperdício;
  2. saneamento básico, ou seja, tratamento dos esgotos domésticos;
  3. tratamento dos poluentes líquidos industriais para que possam ser reutilizados;
  4. projetos de irrigação evitando o consumo exagerado;
  5. proteção dos mananciais das regiões de nascentes dos rios.

Enfim, a falta de água é tão evidente que ela passou a ser considerada o ouro do século XXI.

Água = vida

•abril 4, 2009 • 1 Comentário

Água: essencial para a vida no planeta. E está acabando.

Sem água, sem vida. Simples assim.

GUERRA SERÁ?

A Terra é azul porque três quartos da sua superfície está coberta de água. Pena que 97,5% pertença aos oceanos. Da pequena parcela que corresponde à água doce, 90% está estocada nos pólos e no subsolo. O resultado final é que somente 0,26% de toda água existente está disponível para consumo humano. Não é de admirar que estejamos à beira de uma grande crise e que em regiões de mais intensa escassez como no Oriente Médio se fale em guerras pela água, o bem mais precioso.

Mesmo no Brasil, onde estão 12% das reservas planetárias de água doce, a distribuição e o acesso são desiguais. Kyoto, Osaka e Shiga, onde vivem quase 6 milhões de japoneses, sediaram o 3º Fórum Mundial da Água ocorrido entre o dia 16 e 23 de março de 2003 com a participação de 180 países e 24 mil delegados, assistindo a intensos debates sobre como levar à prática resoluções já tomadas em mega-reuniões anteriores da ONU, como a Rio + 10 de Joanesburgo em 2002 e a que originou a Declaração do Milênio no ano 2000, onde se prevê reduzir à metade até 2015 a proporção de pessoas sem acesso a água potável e segura (e a serviços de saneamento básico). Para que tais metas se concretizem, será preciso aplicar nos países em desenvolvimento e em transição (Europa Oriental) 180 bilhões de dólares anualmente, ao longo dos próximos 25 anos. Hoje, os gastos anuais são de 80 bilhões.

“Embora o País tenha muita oferta de água, a distribuição não é ideal, tem muitas discrepâncias”, diz o coordenador da área de meio ambiente da Unesco no Brasil, Celso Schenkel. Num ranking da Unesco envolvendo 180 países sobre a quantidade anual de água disponível per capita, o Brasil aparece na 25ª posição – com 48.314 m³.

O mais pobre em água é o Kuwait (10 m³ anuais por habitante, seguida pela Faixa de Gaza (52m³) e Emirados Árabes Unidos (58m³). Na outra ponta, excetuando-se a Groenlândia e o Alasca, a Guiana Francesa é o país com maior oferta (812.121 m³), seguida por Islândia (609.319 m³), Guiana (316.698 m³) e Suriname (292.566 m³).

Em todo o mundo, as mudanças climáticas serão responsáveis por 20% do aumento da falta d’água, diz o relatório. Não somente nas zonas propensas à seca, mas também nas áreas tropicais e subtropicais as chuvas devem ser menos intensas e menos freqüentes.

Seis mil crianças com menos de cinco anos morrem por dia em todo o mundo em razão de doenças relacionadas a impurezas da água consumida. O informe alerta que a escassez nos reservatórios será resultado do crescimento populacional, da poluição e das mudanças climáticas. A previsão é de que a disponibilidade de água por pessoa vai cair um terço nos próximos 20 anos.

O relatório foi uma das mais importantes contribuições levadas ao 3º Fórum Mundial da Água, em Kyoto. O trabalho da Unesco destaca ainda que, até 2050, dois milhões de pessoas de 48 países enfrentarão problemas de escassez de água. Isso numa projeção otimista. Numa avaliação pessimista, a crise poderá afetar sete milhões de pessoas em 60 países. Os países mais pobres em oferta de água são: o Kuait, com dez metros cúbicos de água por pessoa ao ano, a Faixa de Gaza, com 52 metros cúbicos, e os Emirados Árabes, com 58 metros cúbicos. O país com a melhor oferta de água no mundo é a Groelândia.

O relatório das Nações Unidas é o maior já produzido sobre a disponibilidade e a qualidade da água no mundo.

O diretor do Programa Mundial de Água da Unesco, agência da ONU responsável pelo relatório, Gordon Young, afirmou à agência Reuters que não existe água em condições higiênicas e sanitárias adequadas para cerca de 40 % da população mundial. “Este fato é uma tragédia absoluta”, disse ele.

O diretor da Unesco ressaltou que os líderes mundiais não demonstram disposição em resolver a queda no abastecimento de água.

Para Gordon Young, os políticos atuais gastam muitos recursos na construção de armamentos e, por isso, não sobra dinheiro para a implementação de projetos para melhorar a qualidade e aumentar a quantidade de água disponível.

ÁGUA: muita procura e pouca oferta

Tudo o que fazemos hoje de certo ou errado terá uma conseqüência no futuro. Refletir sobre isso, principalmente, no que se refere à preservação da água doce do planeta.

Até quando o planeta poderá suportar o ritmo atual de exploração dos recursos de água doce?

A água, fonte de vida, é um recurso de valor econômico e uso coletivo, que deve ser gerido de maneira a não provocar conflitos ou desequilíbrios. O desperdício da água e seu uso indisciplinado trazem conseqüências desastrosas e expõem terras frágeis à desertificação.

PROBLEMA GLOBAL

No estudo científico “Vital Signs”, de 1993, editado pelo Worldwatch Institute, os pesquisadores Lester Brown, Hal Kane e Ed Ayres chegaram a uma conclusão assustadora: a capacidade da Terra em fornecer o suprimento de água necessário à vida da população terrestre está se esgotando.

Os problemas de água atingem hoje principalmente o Oriente Médio, o Norte da África, a Ásia Central e a África subsaariana. Mas também há escassez na China Ocidental, no Oeste e Sul da Índia, no Oeste da América Latina e em grandes regiões do Paquistão e do México. “

As guerras do século XX foram por petróleo. As do século XXI serão por água”, previu o vice-presidente do BIRD (Banco Interamericano de Desenvolvimento), Ismail Serageldin. A possibilidade de conflitos bélicos pelo controle dos recursos hídricos se justifica pela simples razão de que cerca de 220 grandes reservas de água na Terra ficam em regiões de fronteira (dados da Unesco).

Segundo relatório do Banco Interamericano de Desenvolvimento, nos próximos 10 anos, serão necessários 800 bilhões de dólares em investimentos para evitar que o mundo sofra uma seca sem precedentes. Os recursos disponíveis não passam de 40 bilhões.

Pesquisas da Organização Mundial da Saúde comprovam que 1,2 bilhão de pessoas não dispõem de água potável para uso doméstico; 80% das doenças e 30% dos óbitos registrados são causados por água contaminada. No total, 26 nações possuem menos de 1.000m³ de água potável por habitante/ano (segundo a Organização das Nações Unidas), o que coloca uma população de 255 milhões de pessoas à beira do colapso. Segundo a Unesco, o consumo de água no planeta, de 1900 para 1995, aumentou de 6 a 7 vezes, mais que o dobro do crescimento da população no período. Conseqüentemente, a água disponível caiu de 12.900m³/pessoa/ano, em 1970, para 7.600m³, em 1995.

Para eliminar as disparidades e proteger a água, a água fresca precisa ser reconhecida, em nível internacional, como bem e herança comum. Esse conceito, que enfatiza a importância do compartilhamento, é também uma contribuição para a paz. Porque a água, cada vez mais vital, tornou-se também uma questão estratégica. No mundo, 261 bacias fluviais são divididas entre Estados diferentes, o que gera o risco de “guerras pela água”. A comunidade internacional precisa impedir que conflitos sobre a alocação da água tornem-se mais ruidosos do que o diálogo, por meio de instrumentos legais sólidos, especialmente nas áreas onde a escassez se alia a tensões políticas.

Nos últimos 20 anos o consumo per capita de água dobrou no Brasil e a expectativa é de que dobre outra vez nos próximos vinte anos. Mas a disponibilidade de água per capita atualmente é três vezes menor do que em 1950. Segundo a OMS (dados de 1998), 72 brasileiros em cada 100 contam com sistema de abastecimento de água.

Disponibilidade da água na terra

A provisão de água doce está diminuindo a nível mundial. Uma pessoa em cada cinco não terá acesso a água potável.

A água é cada vez mais um bem escasso no planeta. Seu volume total não está se reduzindo, porque não há perdas no ciclo de evaporação e precipitação; o que caracteriza a escassez é a poluição. Muito se fala em falta de água e que, num futuro próximo, teremos uma guerra em busca de água potável. O Brasil é um país privilegiado, pois aqui estão 11,6% de toda a água doce do planeta. Aqui também se encontram o maior rio do mundo – o Amazonas – e parte do maior reservatório de água subterrânea do planeta – o Sistema Aqüífero Guarani.

No entanto, essa água está mal distribuída: 70% das águas doces do Brasil estão na Amazônia, onde vivem apenas 7% da população. Essa distribuição irregular deixa apenas 3% de água para o Nordeste. Essa é a causa do problema de escassez de água verificado em alguns pontos do país. Em Pernambuco existem apenas 1.320 litros de água por ano por habitante e no Distrito Federal essa média é de 1.700 litros, quando o recomendado são 2.000 litros.

Mas, ainda assim, não se chega nem próximo à situação de países como Egito, África do Sul, Síria, Jordânia, Israel, Líbano, Haiti, Turquia, Paquistão, Iraque e Índia, onde os problemas com recursos hídricos já chegam a níveis críticos. Em todo o mundo, domina uma cultura de desperdício de água, pois ainda se acredita que ela é um recurso natural ilimitado. O que se deve saber é que apesar de haver 1,3 milhão de km3 livre na Terra, segundo dados do Ministério Público Federal, nem sequer 1% desse total pode ser economicamente utilizado, sendo que 97% dessa água se encontra em áreas subterrâneas, formando os aqüíferos, ainda inacessíveis pelas tecnologias existentes.

A água dos continentes concentra-se praticamente nas calotas polares, glaciais e no subsolo, glaciais e no subsolo, distribuindo-se a parcela restante, muito pequena, por lagos e pântanos, rios, zona superficial do solo e biosfera.

A água do subsolo representa cerca de metade da água doce dos continentes, mas a sua quase totalidade situa-se a profundidade superior a 800 m.

A biosfera contém uma fração muito pequena da água dos continentes: cerca de 1/40.000.

A quase totalidade da água doce dos continentes (contida nas calotas polares, glaciais e reservas subterrâneas profundas) apresenta, para além de dificuldades de utilização, o inconveniente de só ser anualmente renovável numa fração muito pequena, tendo-se acumulado ao longo de milhares de anos.

As perspectivas para o próximo século indicam um cenário de escassez da água até o ano 2050 (revista Veja dez/98):

Previsões:
1999
2050
População Mundial
6.0 bilhões
9.4 bilhões
Suficiência
92%
58%
Insuficiência
5%
24%
Escassez
3%
18%

Exaustão do lençol freático: ameaça oculta à segurança alimentar?

A alimentação disponível em muitos países em vias de desenvolvimento depende dos lençóis freáticos utilizados para a irrigação. Se não for feita uma gestão mais sustentável deste recurso, algumas das regiões mais densamente povoadas do globo podem sofrer uma crise grave num futuro próximo.

O primeiro estudo global do IWMI sobre a escassez de água, publicado em 1998, identificou a exaustão incontrolada dos lençóis freáticos como uma ameaça séria à segurança alimentar em muitos países em vias de desenvolvimento.

Nestes países, os lençóis freáticos emergiram como o pilar da economia agrícola alimentar. Mas este precioso recurso não está a ser utilizado de modo sustentável. Nos países que dependem dos lençóis freáticos para a irrigação, o bombeamento excessivo está a provocar a queda das superfícies de água doce para níveis alarmantes. O futuro da segurança alimentar de muitos dos países mais populosos do mundo – China, Índia, Paquistão e quase todos os países do Médio Oriente e da África do Norte – dependerá amplamente da forma como os responsáveis gerem hoje os seus recursos aqüíferos subterrâneos.

As conseqüências da não gestão deste problema são potencialmente catastróficas, especialmente para as populações mais pobres, que são as mais afetadas pela escassez de água. O objetivo do estudo sobre os lençóis freáticos do IWMI é identificar e promover meios de gerir melhor este recurso.

A utilização dos lençóis freáticos põe três problemas:

· a exaustão conseqüente à exploração excessiva,

· a saturação do solo pela água e

· a salinização, causadas por drenagem insuficiente e a poluição, derivada da intensa atividade agrícola, industrial e humana.

Há países que já estão a sofrer as consequências da utilização excessiva dos lençóis freáticos.
Em Henan, província de 2 milhões de hectares no Norte da China, cerca de 52% das terras irrigadas são servidas por poços tubulares. Os dados de controle da superfície dos lençóis freáticos relativos a 358 poços mostram que a superfície dos lençóis freáticos diminuiu de 0,75 a 3,68 metros entre 1975 e 1987.

Na bacia do rio Fuyang do Norte da China, a superfície dos lençóis freáticos caiu de 8 para 50 metros nos últimos 30 anos, à medida que foi aumentando o número de agricultores que recorreram à irrigação a partir de lençóis freáticos para compensar o decréscimo das águas de superfície disponíveis.

Em muitas zonas da Índia e do Paquistão, as superfícies dos lençóis freáticos estão a descer à taxa de 2 a 3 metros por ano, devido ao número crescente de poços de irrigação – cerca de um milhão por ano.

Em dois Punjabs, Haryana e Rajasthan Ocidental, a salinidade é a principal conseqüência da utilização excessiva dos lençóis freáticos. No Norte de Gujarat e no Rajasthan Meridional, o problema é a contaminação pelo flúor.

Todos estes problemas enfraquecem a capacidade destes países de fornecerem alimentos à sua população. Alguns peritos prevêem que a exaustão dos lençóis freáticos pode pôr em risco 25% das colheitas da Índia.
Não há solução simples

O estudo sobre os lençóis freáticos do IWMI incide na problemática da pobreza e tenta compreender e resolver o leque de problemas resultantes dos níveis dos lençóis freáticos. Em zonas de lençóis freáticos abundantes, os cientistas do IWMI estão a examinar em que medida as aglomerações e as aldeias se podem organizar para fazerem a gestão e a partilha ideais da água de irrigação. Em zonas que sofrem da exploração excessiva dos lençóis freáticos, o trabalho do IWMI procura definir o alcance do problema utilizando meios como a cartografia dos recursos dos lençóis freáticos e o desenvolvimento de novas abordagens para a gestão sustentável dos lençóis freáticos. Estas incluem a utilização combinada das águas subterrâneas e de superfície, a recolha de águas pluviais, a recarga dos lençóis freáticos, as instituições locais e a irrigação de precisão para uma utilização mais eficaz da água.

Água já rende mais que petróleo e gás

Jean-Marie Messier perdeu bilhões de euros ao transformar a maior empresa de abastecimento de água do mundo no conglomerado de entretenimento Vivendi Universal. Deveria ter ficado com a água. A falta de água potável no mundo a tornou mais valiosa do que o petróleo. O índice Bloomberg World Water Index, de 11 empresas do setor, registrou o rendimento anual de 35% desde 2003, em relação aos 29% das ações de petróleo e gás e aos 10% do índice Standard & Poor’s 500.

Do gestor de fundos de hedge T. Boone Pickens ao especialista em compras de empresas Guy Hands, os maiores investidores do mundo estão escolhendo a água como o produto básico que poderá se valorizar mais nas próximas décadas. As Nações Unidas calculam que até 2050, mais de 2 bilhões de pessoas de 48 países sofrerão com a escassez de água.

“Há apenas uma direção para os preços da água na atualidade, e é para cima”, diz Hans Peter Portner, que administra o Water Fund, de US$ 2,9 bilhões, na Pictet Asset Management, de Genebra. O fundo aumentou 26% no ano passado, e Portner prevê rentabilidade anual da água de 8% até 2020.

Jeffrey Immelt, presidente da General Electric (GE), diz que a “escassez” de água potável em todo o mundo aumentará mais que o dobro a receita a ser obtida com o tratamento e a purificação de águas, para US$ 5 bilhões até 2010. “Este será um mercado grande e em expansão por um longo período”, à medida que os governos lutam para levar água para 4 bilhões de pessoas que moram nas áreas de grave escassez, disse Immelt na assembléia anual da empresa em Filadélfia, EUA, em abril.

Albert Frère, o homem mais rico da Bélgica, tem investimentos de € 2,7 bilhões (US$ 3,4 bilhões) em água e energia por meio de cota mantida na Suez, segunda proprietária mundial de empresas de água, depois da Veolia Environnement, separada pela Vivendi em 2000.

Os indícios do abastecimento de água cada vez menores são evidentes em todo o mundo. A maioria dos restaurantes já não estão oferecendo um copo de água grátis aos seus comensais e as cidades restringem o seu uso em piscinas privadas e jardins. Mais de 98% da água do mundo é salgada e a maior parte do restante está congelada nos pólos.

Os lagos, rios e riachos do mundo representam só 1% da água doce. Os cientistas dizem que qualquer redução dos calotas polares agravaria o problema do abastecimento ao elevar os níveis da água salgada. “A qualidade da água, a sua disponibilidade e as disputas em torno dos recursos aqüíferos vão piorar”, disse Peter Gleick, presidente do Pacific Institute, grupo de pesquisa de Oakland, na Califórnia, em entrevista concedida por telefone.

Trancrito de: http://www.brasilescola.com/geografia/era-apocaliptica.htm /

Imagem

•abril 4, 2009 • Deixe um comentário
Foto - Aquífero Guarani

Foto - Aquífero Guarani

Notícia do Globo Repórter

•abril 4, 2009 • Deixe um comentário

Um gigante escondido
Por Cláudia Gaigher

Dá para imaginar 15 milhões de pessoas vivendo sobre um imenso reservatório de água sem saber? Quando a gente fala em aqüífero, além de muitas pessoas não saberem o que é isso, fica ainda mais difícil visualizar algo que está sob nossos pés. Nosso desafio foi este.

Lá fomos eu, o repórter cinematográfico Argemiro Barros e o técnico José Reinaldo em busca da tal rocha que armazena água. Um calor de rachar, quase 40 graus Centígrados. E pedra aquece, dá a sensação de estar ainda mais quente. Primeira parada: a margem de um rio próximo a Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Lá estava a tal rocha do aqüífero. Mas para leigo, pedra é tudo igual. Levamos os pesquisadores para identificar os afloramentos, onde o gigante vem à superfície! Só que em vez de “respirar”, suga água! Foi bem interessante despejar o copo d’água sobre a rocha e vê-la absorvendo cada gota. Jeito prático de tentar mostrar como funciona o processo de recarga desse reservatório. Gravamos várias vezes e eu dei minha parcela de contribuição para “recarregar” o reservatório.

Outro lugar que a gente gravou foi na cidadezinha de São Gabriel do Oeste. Lá tem muita criação de suínos, e os porquinhos produzem muitos dejetos que, se jogados sem tratamento no solo, podem contaminar a terra e as águas subterrâneas. Primeira surpresa: nada daquele cheiro horrível de chiqueiro. Pelo menos do lado de fora.

Estávamos nós gravando nas granjas de suínos, mostrando um belo exemplo de criadores preocupados com preservação quando, de repente, um rasante de avião: ZZZUUUUUUMMMMMMMMM. Olhei para o céu e não acreditei: o dono da lavoura ao lado estava pulverizando a soja!!! E haja pesticida!!! Foram quase duas horas de avião passando de um lado para o outro despejando veneno não só nas plantas mas em nossas cabeças!!! Pulverizaram a equipe e a granja de suínos. Nós ADORAMOS!!!

Eu explico: o lado ruim do avanço da fronteira agrícola na região Centro-Oeste é que parte das lavouras está sobre o aqüífero, e o uso de muitos agrotóxicos pode contaminar a médio e longo prazo essa reserva de água. E nós, que estávamos justamente gravando sobre o assunto, precisávamos mostrar esse trabalho de pulverização. Nem precisou marcar nada: o tal aviãozinho ficou lá no céu fazendo suas peripécias bem em cima de nossas cabeças, a alguns metros de distância. Fizemos todas as imagens de que precisávamos.

Foi muito gratificante participar do programa e poder ajudar nosso povo a entender essa imensa riqueza que temos sob nossos pés. Mais que isso: plantar a semente de conscientização em cada um para que ao abrir a torneira, lavar a calçada usando jato de água em vez de vassoura e balde, deixar canos vazando, as pessoas pensem duas vezes e façam o uso da água de uma forma mais racional. A natureza foi uma “mãezona” e enterrou um tesouro no Brasil. Cabe a nós saber usá-lo. Pensem sempre em seus futuros netos e bisnetos!!!

Um abraço e até a próxima,

Cláudia Gaigher
Repórter

Uso Racional da Água

•abril 4, 2009 • Deixe um comentário

O uso racional e responsável da água é fundamental para o futuro da humanidade, já que o crescimento demográfico, a mudança na intensidade de consumo e o desenvolvimento das atividades humanas implicam maior pressão sobre os mananciais existentes. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), no século 20, o uso da água cresceu duas vezes mais rapidamente do que a população.

Hello world!

•abril 4, 2009 • 2 Comentários

Welcome to WordPress.com. This is your first post. Edit or delete it and start blogging!